Plano para Evitar Colisões em queda livre.
Por Dan Brodsky-Chenfeld - 13 de março de 2024
Dan BC compartilha seu plano pessoal para evitar uma colisão entre velames.
Acho que tenho mais de 500 saltos com mais de 100 pessoas. Isso é uma quantidade significativa de formações grandes. Mas eu fiz mais de 30.000 saltos e só tive uma colisão de paraquedas.
Isso não aconteceu em uma grande formação, foi um salto de um Cessna 182 com apenas quatro saltadores no céu. Quatro paraquedas no total e dois de nós colidimos de frente. Como isso é até possível?! A única razão pela qual ambos saímos ilesos foi pura sorte.
Análise
Eu me lembro de ter dito: “Eu nem o vi chegando. ” Alguém que sofreu uma colisão de paraquedas já disse: “Eu vi isso chegando”? Eu não acho. Se eu tivesse visto ele chegando, não teríamos batido. Eu pensei que estava olhando. Eu pretendia estar olhando. Eu poderia jurar que estava olhando.
Obviamente, eu não estava olhando nem perto do que precisava estar.
Naquela época, eu tinha vários milhares de saltos, era medalhista em competições nacionais, piloto, rigger, DZO, S&TA, AFFI, TI, SLI e me considerava um paraquedista bem preparado, sempre consciente da segurança e atento.
Aparentemente, estava com a cabeça na lua!
Quantas outras situações perigosas eu escapei sem nem perceber? Nada parecido aconteceu em uma formação de 100 saltadores. O que eu estava fazendo de diferente nesses grandes saltos?
Nos céus lotados, nós prestamos atenção. Precisamos trazer essa mesma mentalidade para cada salto.
Percebi que em uma formação de 100 saltadores, desde a separação até a caminhada da área de pouso, estou em constante modo de evitação de colisões. Essa é a prioridade número 1, mais importante do que qualquer outra coisa. Sabemos que o céu fica lotado. Sabemos que há paraquedas por toda parte. Sabemos que precisamos prestar atenção a cada segundo. Não podemos apenas ter a intenção de estar olhando, nós PRECISAMOS estar olhando.
Mas, precisamos estar olhando em cada salto, não apenas em grandes formações. Evitar colisões deve ser a prioridade número 1 em cada salto que fazemos, não importa o quão pequeno seja.
Pensei sobre o que faço em grandes formações para evitar uma colisão. Transformei esse mesmo processo em um plano que sigo em cada salto que faço, não importa se é um salto solo ou uma formação de 300 pqds.
O PLANO
Velame Novo:
Se estou usando um velame novo com o qual não estou muito familiarizado, que requer atenção extra para voar, asseguro-me de ter também espaço extra entre mim e os outros.
Antes de Comandar o Paraquedas:
Estou ciente de todos os pqds que estão em meu entorno e eu considero sempre que o paraquedas da pessoa mais próxima e o meu irão abrir um de frente para o outro. Isso me obriga a tomar uma atitude preventiva. Eu uso tirantes traseiros para me afastar do paraquedas mais próximo antes mesmo que o meu paraquedas esteja totalmente inflado.
Verificação do Espaço Aéreo Antes de Olhar Para Baixo:
Após checar meu paraquedas, e antes de olhar para ver onde estou, verifico meu espaço aéreo novamente.
Não olho para baixo até ter certeza de que estou livre.
Após a Abertura:
Nos primeiros 5 a 10 segundos após a abertura, muitos paraquedistas estão checando seus paraquedas, colapsando seus sliders, liberando seus freios, começando a voar e olhando para baixo para ver onde estão. Eles não estão procurando tráfego. Muitos podem estar completamente desatentos. Eu estou procurando por eles. Eu estou atento.
Decisão de Pouso:
Então olho para baixo, identifico a direção do pouso e decido qual é o lugar mais inteligente para eu pousar. Um “lugar inteligente” é um espaço aberto que posso alcançar voando um padrão suave com o menor número de curvas possível. Quanto menos curvas eu fizer, mais fácil será para os outros anteciparem o que estou fazendo e para eu manter controle do tráfego.
Verificação de Tráfego:
Imediatamente, levanto a cabeça novamente para olhar o tráfego, percebendo que os outros pqds da mesma decolagem também estão provavelmente olhando para o chão para planejar seus pousos e não estão checando seu espaço aéreo.
Convergência no Espaço Aéreo:
Nós não conseguimos abrir o paraquedas e voar longe uns dos outros o tempo todo. O tráfego sempre converge para pousar. O espaço aéreo aberto que criamos após a abertura se tornará, portanto, cada vez menor à medida que descemos para o circuito de pouso.
Foco na Aproximação:
À medida que entramos no circuito, nossa tendência é focar em nossa própria aproximação e pouso, olhando menos para o tráfego e fixos para o chão. Isso acontece ao mesmo tempo em que estamos convergindo com outros paraquedas. Quanto mais perto do pouso, mais precisamos olhar para o tráfego, não menos!
Avaliação da Área de Pouso:
Enquanto ainda estou alto e entrando no circuito de pouso, olho para ver como a área de pouso estará, se lotada ou não. Se estiver muito cheia, escolherei pousar mais longe.
Durante a Descida:
Do ponto A para o ponto B, com vento de cauda, portanto, estou atento aos pqds que eventualmente vêm de fora do circuito em uma base longa, direto para o ponto B. sem passar pelo A. Procuro por paraquedas mais rápidos e altos que possam passar por mim, e também por paraquedas mais lentos que eu possa ultrapassar. Decido qual será o melhor local para pouso.
Confirmação de Terreno Livre e Ideal para Pouso
Na base (do ponto B para o ponto C), estou em busca de outros pqds que eventualmente venham de fora do circuito em uma final longa, direto para o ponto C, sem passar pelo B (chegariam, portanto, pela sua direita).
ANTES de fazer a curva final, confirmarei que minha escolha da "pista" de pouso estava correta (o terreno precisa ser favorável, plano, sem obstáculos, etc)
Curva Final:
Farei a curva para a RETA final. Devo, portanto, performar um voo perfeitamente retilíneo, mantendo meu paraquedas alinhado, checando sempre que meu espaço aéreo está livre.
Após o Pouso:
Imediatamente após o pouso colapsarei meu paraquedas e vou me virar 180 graus para ver os outros paraquedas que estão se aproximando e que representam risco de atropelamento. Sairei do caminho assim que for seguro fazê-lo.
Essas etapas são vitais para garantir um pouso seguro e evitar colisões com outros paraquedistas. A atenção constante e o planejamento cuidadoso podem fazer toda a diferença na segurança de todos durante a descida.
Resumo
Quando tive a colisão de paraquedas, tinha certeza de que estava olhando e ciente. Mas não estava. Meu palpite é que muitos paraquedistas estão fazendo a mesma coisa.
Como saber se você realmente está ciente sob o paraquedas?
Se você está sob o paraquedas, alguém deveria ser capaz de chamá-lo pelo rádio, perguntar sobre o tráfego de paraquedas ao seu redor e você deveria ser capaz de relatar cada paraquedas próximo. Você conseguiria fazer isso?
Se eu te chamasse pelo rádio a qualquer momento sob o paraquedas, você precisaria olhar ou seria capaz de relatar sobre os paraquedas no seu espaço aéreo
Pense sobre isso.
Dan BC
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